Acabo de participar de um congresso de jazz na República Dominicana, de 15 a 17 de abril, 2011. Estive lá ouvindo músicos/professores, musicólogos e produtores musicais sobre as perspectivas do jazz no Caribe, mas com extensões para a América Latina como um todo. Também apresentei um seminário sobre “ritmos brasileiros: da tradição ao jazz brasileiro”, para uma sala lotada e super interessada em saber tudo sobre música brasileira, assim como nós: eu, Marcelo Gomes (www.myspace.com/marcelogomesguitar), que falou sobre o Samba Jazz e Thais Nicodemo (www.myspace.com/pianothaisnicodemo), que falou sobre a obra de Ivan Lins, estávamos sedentos pelo conhecimento e experiência sobre a música caribenha e pelo que chamamos ritmos latinos, ou cubanos.
Giovanni Hidalgo era um dos convidados no concerto central, 15/04/11, no teatro municipal de Santiago. Filmagem inédita que fiz com minha câmera de fotos... Mas dá para sentir a energia!!
República Dominicana é o país do merengue e com a presença de músicos porto riquenhos e cubanos ficou ainda mais claro como é rico e bonito o universo dos ritmos latinos, e como muitas das distinções, detalhes e sutilezas da música caribenha não são simples de serem compreendidas. O contraste entre o afro-cubano 6/8 (o Bembe), e os ritmos de clave 4/4 como mambo, rumba ou merengue é utilizado com freqüência em arranjos e também como material para solos. Por exemplo as tercinas agrupadas em quatro sobre um ritmo de clave 4/4 ou vice versa são como divertimentos para os percussionistas, as grandes estrelas da música caribenha, que foi desenvolvida essencialmente em Cuba, mas que foi tendo desdobramentos da Colômbia à Nova Iorque. Um sexteto latino pode muito bem ser um piano-baixo-bateria e mais três percussionistas. Certos arranjos de harmonia simples (sob o ponto de vista da bossa nova) pareciam grandes tecidos/bases para a festa da percussão.