sábado, 31 de dezembro de 2011

Chuva no Amazonas - Frases de água



Frases que se movimentam e se definem ao fazê-lo, como se perpassando afluentes desenhassem curvas influentes - ao se influenciarem incessantemente – construindo mapas de regiões quentes e exuberantes... Se duas, três ou cinco, as escolhas se escolhiam por acerto, beleza e prazer em prosseguir o que fora iniciado muitos (com)passos antes, quando já a consciência da unidade era absoluta, apesar das características particulares de cada nota, sua altura, duração e significado em cada momento.

Chuva no Amazonas (player acima) é uma canção de compassos que se alteram com frequência muito menor do que mudamos de ideia e organizados como um discurso literário, que não tem tempo definido com critérios musicais, mas que tanto caminha, quanto respira, tal como falamos ou contamos uma história para alguém. Ela surgiu como alma musical do poema (abaixo) de mesmo nome que escrevi  e que é recitado ao fim do arranjo pela cantora Sandra Ximenez, a única e necessária presença feminina no CD Cidades Imaginárias.
A primeira exposição é feita por Antônio Barker, super pianista convidado e amigo querido que tem o hábito de tocar trilhas sonoras de sonhos. No baixo, Robertinho Carvalho, grande músico, arranjador e o parceiro que todo baterista quer ter: seguro, musical, ouvido atentos e sempre feliz ao tocar com você. A flauta é precisa, inspirada e muito bem tocada pelo amigo, compositor e arranjador, Celso Marques.


...Chove no rio Amazonas...
A canoa flutua n’água
deslizando’índio e a
preguiça das nuvens
descansa nu’spelho
doce das águas
Envelhecid’a manhã
move-se lentamente
como uma baleia
gigantesca...
Enquanto o remo deixa
seus rastros na bruma
gotas de musgo
escorrem pelo peito
nu’esverdeado
I’nda longe
o porto de Manaus
Além de peixe
o som do amazonas
como um mantra equatorial...


Chuva e rio s’encontram
e como nunca separados
cada gota
traz o amazonas inteiro
de
volta
pra
casa... 

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